Estudo recente apresentado pelo Observatório Nacional de
Segurança Viária – ONSV ratificou que os números de mortes violentas no Brasil
são altos e bem próximos aqueles registrados pelo trânsito, qual seja, 260 mil
ante 210 mil no período analisado.
Independentemente
da razão, ambos os dados são lamentáveis e mostram o quanto precisamos melhorar
para que as pessoas possam viver em condições seguras, sem a preocupação de que
ao final do dia voltarão para suas casas, para suas famílias.
Para tentar
reverter e conter a criminalidade no Estado do Rio de Janeiro, o Governo
Federal decretou intervenção militar, está a colocar tropas nas ruas, algo que
suscitou o debate em todo território nacional e na esteira de tal situação a
imprensa está a mostrar outras localidades em que o combate a criminalidade
precisa ser realizado com empenho.
Outro ponto
que tem mobilizado a sociedade com números crescentes a cada dia diz respeito a
febre amarela, motivo de filas intermináveis nas unidades de saúde em busca de
uma dose, hoje fracionada, da vacina. Todos, de forma necessária e prudente
buscam a prevenção, lutam por ela.
De outra
banda, temos o trânsito, a nossa bandeira, a causa a qual nos dedicamos e que
também ceifa muitas vidas diariamente, 38.651 em 2015, de acordo com o DATASUS,
que a cada minuto deixa uma pessoa permanentemente sequelada e infelizmente não
recebe a mesma atenção do governo, da sociedade.
Via de regra,
quando se pensa em trânsito as pessoas se recordam de congestionamentos,
autuações, arrecadação, mas acabam se esquecendo de que infrações de trânsito
que dão errado se convertem em acidentes, os quais posteriormente mobilizam
ambulâncias para deslocamentos das vítimas, atendimento médico hospitalar, pode
mobilizar a previdência social e a assistência social, a depender do estado e
sequelas das vítimas.
Em resumo,
nossas vias proporcionam ao final de cada ano, números semelhantes aos de
conflitos armados ao redor do mundo e pouco abaixo da violência pública no
país. Perdemos vidas demais, levamos sofrimento a muitas pessoas.
Para reverter
esses números no tocante ao trânsito, felizmente a mudança de comportamento por
parte das pessoas, uma atitude mais respeitosa em relação às normas de
circulação e condutas nos permitem acabar com a carnificina em pouco tempo.
Está ao nosso alcance e é possível!
O atual Código
de Trânsito Brasileiro – CTB e Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito –
CONTRAN estão bem elaborados, as penalidades em grande parte adequadas, o que
precisamos de fato é que a informação seja levada para todos os usuários das
vias, desde tenra idade até aos mais experientes, e que a fiscalização se faça
presente para aplicar sanções aos que ainda não seguirem as regras.
Nesse ponto, é
necessário destacar que várias das propostas legislativas que tem surgido em
nosso país visam aliviar penalidades para infratores a partir do momento que
criam dificuldades para que os órgãos ou entidades executivos de trânsito
possam desenvolver suas funções. Almeja-se dentro do processo legislativo
pátrio, tornar o exame toxicológico, por exemplo, obrigatório para todos os
condutores, como forma de reduzir acidentes, quando as associações médicas,
técnicas, se mostram contrárias a mais essa jabuticaba, quando comprovadamente
a presença da fiscalização tem importância para minimizar os riscos da
combinação de direção com substâncias proibidas. Enquanto isso, propostas como
educação no trânsito nas escolas, a revisão da formação do condutor patinam
anos, a despeito de materiais produzidos e entregues aos responsáveis.
Os números do
trânsito em nosso país, assim como os da segurança pública inspiram cuidados
por parte da população, dos governantes e legisladores, sendo que a estes cabe
deixar de olhar para o cidadão no trânsito como um eleitor, mas sim como alguém
que precisa de atenção do poder público para manter sua vida da melhor forma
possível e que os órgãos ou entidades executivos de trânsito possam fazer a sua
parte.
Seja
consciente, faça parte desse processo. Sua escolha como condutor tem papel
importante nessa mudança, afinal, somos todos o trânsito.
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