sexta-feira, 31 de maio de 2019

Fábula dos Radares.

Trabalhava em meu escritório, quando ouço a campainha e visualizo pela janela Portátil, Fixo e Estático, todos membros da família Equipamentos Medidores de Velocidade.




A hipotética visita da família de Medidores de Velocidade ao blogueiro. Foto: DGT/ES.


Foi possível notar que a indignação tomava conta deles!

Entraram, e logo começaram a falar em tom de desabafo. Disse Portátil:

- Minha família chegou ao Brasil muito tempo atrás, para ajudar a preservar vidas nas vias públicas. Antes nem foto registrávamos o que podia ser motivo de reclamações, mas hoje, estamos bem preparados, se necessário, fornecemos belas fotos a quase um quilômetro de distância.

Na sequencia, emendou Fixo:

- Além de tudo, até ajudo na segurança pública, pois fico o tempo todo lendo placas e caso um veículo roubado, procurado aparece no sistema, posso indicar para as autoridades onde ele passou e elas com inteligência, podem recuperar o bem ou encontrar aquele que é procurado pode algum motivo.

Estático, que estava meio encostado na parede não se aguentou e soltou o verbo:

- De minha parte, cansei de ser objeto de agressões, por parte de condutores que transitam acima da velocidade regulamentada e até mesmo de algumas autoridades que me agrediram e ainda publicaram vídeo na internet, como se isso foi algo comum e correto. Em diversas ocasiões, estava ali de boa, na calçada, no canteiro central e vupt, pancada. Assim não dá!

Concordei com ele e sorri, ao lembrar um fato ocorrido em que um agente político “abateu” um equipamento medidor de velocidade estático e o levou embora como se uma caça fosse. Ao olhar para o Estático, ele disse:

- Você ri, mas aquela ocasião mostrou parte das dificuldades que vivenciamos. Fui contratado para prestar os serviços, pela mesma equipe daquele que me chutou, danificou. Como pode ser possível isso? Se não sou bem vindo, não precisavam me chamar. Hoje em dia, praticamente só trabalho com membros armados de forças policiais, como meu irmão portátil, pois do contrário, o risco é elevado.

Apesar de conhecer os termos da Resolução número 396/2011 do Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN, e notar o quanto Estático estava revoltado, já antevendo a resposta, não pude deixar de comentar, até mesmo como forma de provocar o debate:

- Mas você e o Portátil, para os olhos da população, tem o péssimo hábito de ficarem escondidos junto a defensas metálicas, cabeceiras de pontes, já visualizei em rodovias operadores do Portátil no meio do mato, só a flagrar quem passa um pouco mais empolgado no acelerador. É difícil assim!

Recebi a resposta mais rápido que uma motocicleta esportiva retornando de um passeio no sábado a tarde:

- Peraí! O que diz a regra do CONTRAN quanto ao meu uso? Desde que as placas de regulamentação estejam nas vias, os condutores devem respeitar o limite, e quando não há placas, em especial nas rodovias, não se pode exceder os limites estipulados no artigo 61 do CTB. Não diz lá no CTB também que o motorista deve transitar o tempo todo com atenção e cuidados indispensáveis à segurança no trânsito? Quem acelera mais que o permitido não sou eu. Eu e meus irmãos só registramos o fato.

O Fixo, que estava um tanto quieto, só ouvindo complementou:

- Sabe o que acontece na maioria das vezes? Quase todo mundo sabe onde eu estou, em algumas cidades e rodovias eu recebo uma gravata a indicar que estou ali. O pessoal me respeita, reduz às vezes até demais, com medo que eu vá registrar o excesso. Depois, voltam a acelerar o que querem e mais a frente se deparam com o Estático ou Portátil e ficam bravos. Comigo a coisa é de boa porque me veem de longe, mas com os dois a revolta é grande.

Concordei com o Fixo.

Conheço algumas rodovias federais em que de longe a placa indicativa de “Radar” é possível ser vista a uma boa distância, ainda mais a noite, quando a placa ganha refletividade.


A indicação da fiscalização eletrônica incentiva o condutor a reduzir a velocidade.
Foto: DGT/ES

Diante de tudo o que falaram, enfim perguntei como poderia ajuda-los, qual seria o meu papel nesse processo? E Portátil, como sempre a frente de seus irmãos disse:

- Seria interessante que pudesse nos ajudar a mostrar que não somos nós o problema, somente somos colocados nas vias públicas para incentivar as pessoas a respeitarem os limites de velocidade, algo que coloca em risco a vida delas e também das demais que dividem com elas as vias públicas.

Estático, emendou a fala de Fixo com o seguinte argumento:

 - Portátil e eu, não somos inimigos de ninguém, mesmo se eventualmente alguém nos coloca em condições em que ficamos “escondidos”, se o veículo passa dentro do estabelecido, ainda temos uma tolerância do INMETRO antes de registrar o excesso, nada acontece. Não tem como registrar um veículo que passa por nós dentro desse contexto.

Do alto da experiência de anos nas vias do país, seja com sol, calor, chuva, frio, Fixo destacou:

- Antes de nos apontar como equipamentos do mal, caça-níquéis, quem o fez, sendo oriundo de uma instituição alicerçada na hierarquia, na disciplina, na garantia dos poderes Constitucionais, na lei e na ordem, deveria mandar que seus subordinados avaliassem de norte a sul do país o cumprimento fiel das regras da Resolução 396/2011 do CONTRAN. Caso encontrassem situações em que nosso posicionamento está errado, equivocado, que mandasse cessar a operação. As pessoas em seu íntimo sabem que ajudamos a preservar vidas, quantas não evitaram ser desperdiçadas com nossa presença? Por qual razão pedem nossa presença nas vias ou de nossas amigas lombadas quando o risco de acidente existe ou foram vítimas de um?

Enquanto Fixo falava, Portátil e Estático concordavam, quando Estático interrompeu e pediu:

- Irmão, conta aí aquilo que você sempre registra e fica ainda mais chateado.

Fixo, fez uma pausa, tomou fôlego e falou:

- Em meu dia a dia nas vias, pelas minhas lentes e sensores passam veículos com mensagens contrárias a desvios de condutas, de apoio às operações de investigações, cobram mudanças. Acho isso ótimo, necessário em um país como este, mas por qual razão então são tão contrárias à nossa presença nas vias? Somos parte de um processo das mudanças que tanto querem, e também de preservação da vida. Temos a consciência de que no dia que todos tiverem um comportamento melhor nas vias, de respeito, enfim estaremos fadados a MetaReciclagem, mas com a sensação do dever cumprido.

Para tranquilizar meus ilustres visitantes, relatei que no país há grupos de profissionais comprometidos em mostrar que o posicionamento do mandatário está equivocado, que no mundo inteiro a fiscalização eletrônica de velocidade cumpriu, e continua cumprindo papel importante na preservação da vida, sendo inclusive um dos pilares da Década de Ações para a Segurança Viária.

Também apontei que há o entendimento de que antes de se efetivar a retirada dos equipamentos das vias, seja realizada a avaliação do total cumprimento das regras de sinalização, limites regulamentados, para evitar supostas “pegadinhas”.

Por fim, também os recordei que para muitos, a fiscalização eletrônica de velocidade com o uso deles, Fixo, Estático e Portátil é a mais justa das formas de fiscalização, pois somente aqueles que transitam em excesso de velocidade são autuados.

Mas antes que fossem embora, fui obrigado a alertar que contra eles havia um fator preponderante chamado eleitor.

Disse que para ocupantes de cargos eletivos, é mais fácil apontar o dedo para um equipamento, para uma situação, do que realmente admitir que somente com a mudança de comportamento das pessoas é que tudo pode mudar, seja no trânsito ou em qualquer outro ramo da convivência em sociedade. 

Expliquei ainda que infelizmente, poucos são os que tem consciência de levar para a sociedade a real informação, explicar os motivos da adoção de procedimentos ou sistemas, e o pedido para que equipamentos medidores velocidade ou lombadas geralmente acontecem após pedido da própria população. 

Eles agradeceram a atenção, pediram desculpas por eventuais excessos no desabafo e saíram.

Ainda assim, quando Estático, sempre ele, colocou o tripé na calçada, quase foi atingido por um cidadão que conduzia um Equipamento de Mobilidade Individual Autopropelido – EMIA em velocidade acima do permitido, mas esse tema fica para outra ocasião!


AVISO

Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência

Respeitado e Seguro.

A ouvinte Estela Souza, através da coluna "Mobilidade Urbana" da Cruzeiro FM 92,3 encaminhou questionamento referente ao serviço de motofrete em Sorocaba, mas que vale para todo país. 

Ela sabe que todo mundo deseja receber seus pedidos, alimentos em casa o mais rápido possível, quente, mas pergunta:

É necessário correr e se arriscar tanto

O que tem chamado a atenção dela são os motociclistas com mochilas nas costas.

Em um sábado ela presenciou na Avenida Itavuvú, Zona Norte de Sorocaba, a queda de um motociclista que tentava a todo custo passar entre os veículos.

A ouvinte Estela tem razão, todos querem receber seus pedidos brevemente, e também tem razão quando diz que empregar alta velocidade, avançar sinal vermelho é atitude arriscada.

O serviço de motofrete possui regulamentação federal, municipal e estabelecem condições para o serviço seja prestado de forma adequada. O uso de mochilas, por exemplo, não tem previsão no ordenamento.


Novamente o tema motofrete é objeto de questionamento.


Ainda que para muitos o motofrete represente um trabalho alternativo, ele é reconhecido como uma profissão e visa antes de mais nada proporcionar segurança para o profissional das duas rodas.

O condutor do motofrete necessita passar por treinamentos, ser inscrito na Prefeitura, bem como a motocicleta deve atender a algumas formalidades, no entanto, parte delas é ignorada.

Quando o CONTRAN estabelece o uso de baú para o transporte da carga, por exemplo, seja ela documentos ou mesmo alimentos, o intuito é que o peso recaia no veículo e não no condutor.

E até mesmo para isso, a motocicleta a ser utilizada, é preciso avaliar se a montadora permite que o modelo X ou Y pode ser adaptado.

Alguns aplicativos, ao estabelecer o tempo de entrega, estipulam o prazo como se de automóvel estivesse sendo enviado o pedido, por outro lado, outros, conforme a imprensa já mostrou em matérias, pagam bônus para quem realiza um número maior de entregas.

Certo é que a vida não tem preço, e é preciso que os órgãos competentes adotem as medidas cabíveis para fiscalização da atividade, para que ela venha a ocorrer com ordem e segurança para todos.

E para quem utiliza tais profissionais, o ideal é que escolha sempre pessoas devidamente credenciadas, que tenham a autorização, motocicleta com placa na categoria aluguel (placa vermelha), pois de tal forma estará realmente utilizando os serviços de um profissional das duas rodas.

Esse profissional regularizado custa mais caro? 

Sim, mas um profissional regularizado certamente tem condições de prestar os serviços de forma a zelar pela marca de sua empresa e sem riscos.


terça-feira, 28 de maio de 2019

A Década e o Maio.

Diante de alguns questionamentos, uma explicação em relação ao que é a Década de Ações para a Segurança Viária, proposta pela Organização das Nações Unidas - ONU e o que é o Movimento Maio Amarelo.




A Década de Ações para a Segurança Viária foi lançada pela Organização das Nações Unidas - ONU em 2011, no Brasil no dia 11/MAI/2011.

A Década propõe a redução de 50% nas mortes no trânsito no mundo, sendo o Brasil um dos países signatários desse compromisso.

O Movimento Maio Amarelo surgiu no Brasil em 2014 na esteira do Outubro Rosa, idealizado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária - ONSV como forma de chamar a atenção da sociedade para os riscos do trânsito e incentivar o respeito às regras.

A escolha do mês de maio se deu por conta de ser esse o mês de lançamento da Década no Brasil e a cor amarelo por ser essa a cor da atenção no trânsito.

Essa informação é importante para que se possa ter ideia de como tudo aconteceu de fato.

A Década da ONU finaliza em 2020, o Movimento Maio Amarelo permanecerá por quanto tempo a sociedade entender necessário, pois é um Movimento da sociedade para a sociedade, ele não tem dono.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Não há plano B.


Em recente pronunciamento à imprensa, novamente o Presidente Jair Bolsonaro externou a intenção de aumentar a pontuação para que o condutor tenha o direito de dirigir suspenso, dos atuais 20 para 40 pontos, e agora, além de determinar a suspensão da implantação e a retirada dos radares fixos das rodovias federais, pensa em retirar também os radares estáticos ou portáteis.


Mais uma vez os radares estão no centro das discussões no país. Foto: Tribuna do Paraná.


Mais uma vez nos deparamos com essa notícia, com essa vontade do presidente, e ela sempre aparece quando temos um outro debate a ocorrer no campo político e faltam boas notícias da economia e do emprego.

Parece que no tema trânsito a assessoria do presidente tem deixado a desejar ou ele não tem dado ouvido para o que os técnicos de sua confiança tem à dizer, uma vez que o Brasil tem a segurança no trânsito como um dos maiores desafios, por tudo que ele ocasiona para a sociedade.

No tocante ao excesso de velocidade, esse é um dos principais fatores de riscos. 

Uma visita à página do Facebook da Polícia Rodoviária Federal - PRF de Santa Catarina, por exemplo, irá mostrar a quanto trafegam os condutores em vias com limites entre 80 e 100Km/h. 

Todos pensam na questão das multas, nas dificuldades de transitar, mas fecham os olhos para os aspectos importantes como a ocupação de hospitais com as vítimas do trânsito, com as famílias destroçadas com a perda de um ente querido.

Cada morto no trânsito afeta a vida de pelo menos cem pessoas entre familiares e amigos.

E temos também a Previdência Social, que precisa ser reformada segundo o Presidente, pois do contrário NÃO HÁ PLANO B, a qual sente os efeitos nocivos do trânsito pois pessoas em idade produtiva, muitas delas jovens, passam da condição de contribuintes, para a de dependentes.

Se temos nos acidentes uma das causas de despesas pesadas para a Previdência, fica um tanto sem sentido criticar a fiscalização, que busca preservar a vida das pessoas, sendo utilizada não só no Brasil, mas em vários países do mundo.

Ao trabalhar a segurança viária, seja com a utilização de radares, com uma pontuação aparentemente baixa, o que se busca é incentivar o respeito às regras, pois infelizmente parte do povo brasileiro ainda não aprendeu a se comportar adequadamente sem a supervisão, fiscalização de alguém.

Os números de óbitos pela dengue no país são inferiores aos do trânsito mas mobilizam toda a sociedade para acabar com o mosquito e seus criadouros.

No trânsito parte do problema é o eleitor, e atacar esse ponto não é algo salutar para quem detém cargo eletivo. 

Caso um acidente com morte venha a ocorrer, terá sido uma fatalidade,, se vier a ser uma tragédia, teremos um minuto de silêncio e vamos em frente. Uma pena!

sexta-feira, 24 de maio de 2019

EMIA em discussão.


Dias atrás estivemos em São Paulo para conhecer um pouco mais a respeito do tema, de como o uso acontece, a convivência entre os Equipamentos de Mobilidade Individual Autopropelido - EMIA e os pedestres.


Os EMIA mais uma vez são temas de matéria na imprensa.


Foi uma experiência bem interessante em vários aspectos, sendo que parte dos conhecimentos angariados constam na matéria abaixo, do jornalista Rafael Miotto do G1.

Vale a pena conferir, é só clicar no link:

terça-feira, 21 de maio de 2019

Paredão.

No dia 20 de maio teve início o período de neblinas nas rodovias que cercam a cidade.


Transitar em rodovias com neblina, demanda atenção dos condutores.


Nesse dia, a rodovia José Ermírio de Moraes, a Castelinho, a SP-075 que liga Sorocaba à Campinas, amanheceram com um verdadeiro paredão branco, que dificultava a visualização de tudo o que ocorria a frente.

De quebra, se juntava a neblina, fumaça de algumas queimadas que ainda restavam ao amanhecer.

Para o condutor a situação de neblina é um tanto complicada pela redução da visibilidade, e nessa esteira, se depara com outros condutores que reduzem drasticamente a velocidade para melhor visualizar o que se passa a frente.

Para evitar maiores problemas ao conduzir nessa condição, a primeira medida que deve ser adotada pelo condutor é reduzir a velocidade e aumentar a distância do veículo a frente.

Como atualmente em rodovias o uso dos faróis acesos, mesmo durante o dia é obrigatório, seria redundante dizer que eles precisam ser acesos, mas, fica o alerta que seja utilizado o farol baixo, e caso o veículo possua, em conjunto com o farol de neblina.

Utilizar o farol alto nesse caso mais atrapalha do que ajuda.

Em situação de neblina, o veículo que possui a luz de neblina traseira, deverá fazer uso dela. 

Muita gente utiliza essa luz de forma errada na cidade, sem chuva ou neblina, mas quando deve acender o dispositivo, não o faz. Coisas do lisarB como costumo dizer.

Feito isso, procure acionar o ar-condicionado ou a ventilação interna do veículo para evitar o embaçamento dos vidros. Manter os vidros limpos também ajuda a prevenir que os vidros fiquem embaçados.

Também é comum em neblina que os retrovisores externos fiquem embaçados. 

Se o seu veículo possuir o sistema que aquece os espelhos externos, é hora de utilizar esse útil, mas ainda pouco conhecido, equipamento. Alguns modelos da VW como o Golf possuem.

Jamais em condição de neblina, ou mesmo de chuva forte, transite com o pisca alerta aceso.

Caso o veículo apresente uma pane em trecho com neblina, coloque os ocupantes do veículo, em existindo, em local seguro fora do veículo.




Aceso, mas apagado!

O inverno se aproxima, e a cada dia o sol se põe mais cedo, e antes das 18 horas já temos escuridão.

Esse fato contribui para chamar a atenção para um fato, algo frequente em nossas vias, e perigoso, ainda que no perímetro urbano.

O transitar de veículos com as luzes apagadas.

Determinada situação tem se agravado nos últimos anos, devido ao número cada vez maior de veículos que seja de dia ou de noite, mantem o painel iluminado.


Alguns modelos de veículos, de dia ou de noite, mantem as luzes do painel acesas, confundindo os condutores.


Sendo assim, as vezes involuntariamente o condutor transita com os faróis apagados, pela avaliação que tem do painel aceso enquanto dirige, e nas vias urbanas, a iluminação público contribui para a sensação de que está tudo certo.

A indicação de faróis aceso no painel dos veículos em que eles se mantem o tempo todo iluminado por vezes é mínima, e a atenção do condutor se faz necessária.

Uma dica para evitar transitar por aí como um fantasma, é logo que perceber que a luz natural se foi, girar a chave seletora da iluminação do veículo para o modo ligado.

No início a pessoa até estranha, mas depois se acostuma isso vira hábito.

Ah, e para veículos que possuem o famoso DRL - Daytime Running Light, a dica também é válida pois o sistema, ainda que torne o veículo visível durante o dia, não acende as luzes traseiras.

Fique atento, e nesse caso, seja visto pelos demais condutores e pedestres.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Qual a razão?


Estamos no mês de maio, sendo assim, dentro do período do Movimento Maio Amarelo, participamos de várias conversas, reuniões, entrevistas para veículos de comunicação de norte a sul do país, e uma pergunta que sempre aparece nessas conversas:

Porque os acidentes de trânsito acontecem?


O Brasil ainda tem um bom caminho à percorrer para reduzir os acidentes de trânsito.


A real causa de cada acidente precisa ser devidamente estudada, avaliada, determinar os fatores de riscos envolvidos.

É curioso, mas em alguns casos, a versão oficial do acidente, chega a ser é diferente daquela que câmeras de segurança, de videomonitoramento apontam.

Já realizamos a leitura de documentos que indicavam a ausência de testemunhas em um desses eventos, e em consulto do sistema de videomonitoramento, é possível observar que havia testemunhas no momento, mas possivelmente elas não quiseram se identificar para ajudar na elucidação dos fatos. Essa é mais uma variável que temos no país.

Em países como a Suécia, em que 400 pessoas morrem por ano em acidentes (no Brasil, 34.336 em 2017) o estudo é tão detalhado a ponto de que um poste que tenha contribuído para um óbito, acaba sendo realocado. 

No Brasil ainda temos casos de pontos que são do conhecimento público, mas que ficam anos, e com vidas desperdiçadas, sem atenção das autoridades.

Na outra ponta, nos deparamos com cenas como pedestres que pulam gradil ou não utilizam a passarela, só para cortar caminho.

Ciclistas na contramão em vias movimentadas que possuem ciclovia, motociclistas que avançam o sinal vermelho deliberadamente ou alternam entre faixas sem o devido cuidado, veículos de grande porte que se valem do tamanho para ter a preferência de passagem, dentre outras situações.

No dia e horário que escrevemos está postagem, na cidade de Sorocaba havia acontecido três acidentes com motociclistas, sendo que em um deles a vítima veio a óbito. Triste!

Eventos esses que aumentam as estatísticas na cidade, no Estado e no país.

Aliás, quando falamos em país, a torcida é para que os números de 2019 não venham a piorar o quadro atual, tendo em vista a possibilidade de adoção de medidas como a retirada dos equipamentos medidores de velocidade das vias e aumento no número de pontos para a suspensão do direito de dirigir do condutor.

Portanto, mais uma vez fica claro que acidentes de trânsito não acontecem, são provocados, e evitar que eles venham a ocorrer é uma medida que envolve poder público e cidadãos.

Ainda acredito que um dia alguém ainda irá perguntar: Qual a razão para o Brasil ser exemplo na segurança viária para o mundo?

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Humana, segura e sustentável

A proliferação do uso do Smartphone mudou a forma das pessoas se deslocarem, pedirem comida, e até mesmo trabalhar.

Todos sabem, mas e em relação a mobilidade urbana? O que isso implica?


Seminário realizado na capital do Estado, debateu a Mobilidade Humana, Segura e Sustentável.


Participamos do 1º Seminário Mobilidade Humana, Segura e Sustentável, realizado na capital pelo Observatório Nacional de Segurança Viária e pelo  Sindicato das Seguradoras do Estado de São Paulo - Sindseg SP e as novas formas de realizar deslocamentos e prestação de serviços foram debatidas.

Dentro do painel planejando a cidade que queremos, os palestrantes abordaram o quanto as novas tecnologias, através dos dados que coletam dos usuários, podem contribuir para o melhor direcionamento do uso de uma via, seja para indicar ações de mobilidade urbana, ou para a prevenção de acidentes.

Com o advento dessas ferramentas, e com a eventual adoção de laboratórios de mobilidade - LabMob nas cidades, a fase de ações viárias baseadas em achismos, na percepção sem dados dos gestores chegará ao fim.

Alguns exemplos de vias que receberam intervenções dessa natureza e que beneficiaram os pedestres foram mostradas.

A implantação de prolongamento em esquinas para a travessia de pedestres, ou mesmo a transformação de uma via que não mais servia para o trânsito de veículos automotores em espaços para caminhada e pedaladas são ações bem sucedidas.

Com essas ações as cidades ficam mais amigáveis com aqueles que caminham e eles podem interagir e cuidar melhor do espaço público.

terça-feira, 7 de maio de 2019

Compartilhamento da conversa e deslocamentos.

O trânsito como espaço compartilhado que é, precisa que cada personagem ocupe o seu espaço.


Veículos compartilhados a cada dia ganham protagonismo nas vias públicas. Imagem: internet


Ciclistas nas ciclovias, pedestres em calçadas, veículos nas vias, sendo que todos os espaços devem possuir condições adequadas para a utilização.

Vale destacar que o trânsito em condições seguras é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito - SNT, a estes cabendo, no âmbito das competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito. (Art. 1º, § 2º do Código de Trânsito Brasileiro – CTB).

Com o advento das novas tecnologias de deslocamentos como o transporte por aplicativos, bicicletas compartilhadas, patinetes motorizados, aplicativos de entregas, todas vieram se juntar aos serviços de táxi, motofrete já previstos e em alguns pontos regulamentados.

Nesse sentido, nos deparamos com algumas calçadas,  ciclovias/ciclofaixas sem as devidas condições de uso, de forma a proporcionar segurança para os usuários das vias.

Por parte do motofrete, poucos são os condutores que prestam os serviços que atendem à regulamentação do CTB e da Resolução do Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN que trata do assunto.

Nesse caso em especial temos uma ausência da cobrança do cumprimento das normas pelos condutores e podemos dizer, com anuência do Poder Público que não fiscaliza o exercício da atividade como deveria, dando margem para comportamentos equivocados por parte daqueles que se aventuram na prestação dos serviços.

É importante destacar que tempos atrás o Poder Público ofertou o curso para condução de motofrete nas unidades do SEST/SENAT de forma gratuita, para os condutores que tiveram interesse em receber a qualificação prevista em legislação, mas muitos deixaram de atender ao convite acreditando na falta da fiscalização em relação à prestação dos serviços.


O profissional que deseja iniciar no motofrete legalizado, tem um custo de  pouco mais de R$ 2.500,00.


A considerar que o reconhecimento da profissão motofrete data de 2009, temos um intervalo de dez anos sem que as condições de prestação dos serviços venham a ocorrer do jeito previsto. E nesse caso, os maiores prejudicados são àqueles que trabalham de forma correta, dentro da legalidade e tem que suportar os encargos do atendimento as normas.

Atualmente, um motofretista para trabalhar de acordo com as regras, tem um custo inicial, sem contar a aquisição da motocicleta, de pouco mais de R$ 2.500,00.

Esses são alguns dos exemplos de situações que precisam de uma mobilização para proporcionar mais segurança para os usuários das vias, para o Poder Público.

O incentivo ao uso do meio de transporte coletivo e o meio não motorizado é uma premissa da Lei da Mobilidade Urbana, portanto, investir em locais adequados para o trânsito de bicicletas, patinetes, é um investimento válido, mas isso existe em toda a malha urbana?

Um questionamento pertinente à medida que temos em alguns casos, conflitos e até acidentes graves entre os patinetes e pedestres.

Chegamos até mesmo a situações em que a fiscalização da velocidade empregada pelos patinetes nas calçadas venha a ser aferida com equipamentos medidores de velocidade, ainda que a velocidade máxima na calçada seja de 6Km/h.

Talvez uma solução para o tema poderia ser limitar a velocidade máxima do dispositivo autopropelido para os 6Km/h. Algo a ser considerado!

Trabalhar essas questões é ponto importante para toda a sociedade.

No ponto de vista dos prestadores de serviços como motofrete, transporte por aplicativos, oferecer benefícios para aqueles que trabalham em conformidade com as regras é um forte argumento para que deixem de lado a informalidade, de trabalhar ao arrepio da lei e passem a desenvolver seu trabalho da forma adequada para suprir o seu sustento e por consequência, gerar riquezas para as cidades.

Porque não permitir que veículos de motofrete devidamente registrados possam utilizar as vias restritas, por exemplo, para agilizar os deslocamentos?

Instituir vagas de estacionamento exclusivas nas áreas centrais para tais veículos, desde que eles possuam a placa na categoria aluguel (vermelha).

Para o transporte por aplicativos, por questões de segurança para quem presta os serviços, a utilização de selos nos vidros ou nas laterais dos veículos é uma medida benéfica? Há condutores que apoiam essa ação, outros a rechaçam.

Também para reduzir problemas de parada e estacionamento dos veículos de transporte por aplicativos em locais com proibição ou restrições, notadamente no entorno dos chamados polos geradores de tráfego, seria adequado que as operadoras desenvolvessem a chamada fila virtual, encaminhando para o cliente, o veículo que primeiro chegou ao local ou região, ao invés de assistirmos ao acúmulo de veículos em tais pontos.


A implantação de filas virtuais para condutores de aplicativos, é uma medida interessante para evitar problemas. Imagem: internet.


Esses bolsões de espera não são adequados para os condutores e também para quem frequenta as regiões em que eles se posicionam a espera de uma chamada.

São medidas que podem ser pensadas como incentivo à regularização, a ter os profissionais como parceiros do Poder Público.

Pertinente aos patinetes compartilhados, algo recente em nosso meio urbano, mas que na esteira trazem toda uma problemática de transtorno para pedestres como a obstrução de passeios e calçadas, podemos estabelecer meios entre as operadoras dos serviços e seus usuários, de forma que deixar o patinete no meio de uma calçada resulte em penalidade financeira ou de bloqueio de tempo de uso do dispositivo, uma vez que quem utiliza, sente a necessidade e o benefício proporcionado na administração do tempo.

Outro ponto que pode e deve ser debatido está atrelado aos locais de depósito dos veículos nas calçadas, passeios.

Temos em várias localidades espaços ociosos das calçadas, dos passeios que nem mesmo ambulantes utilizam, e que poderiam por meio de sinalização visível, ser destinados para a colocação dos patinetes.

Todas as novas tecnologias vêm para somar as já existentes, isso é fato, mas não há necessidade de que a medida que elas cheguem, venham a ser “demonizadas” por eventuais prejudicados, o espaço urbano, as cidades podem comportar pessoas e seus meios de transporte, em especial aqueles que não ocupam espaço demasiado ou venham a ser poluentes.

Isso tudo sem deixar de lado o respeito ao pedestre, o mais elo mais fraco da cadeia do trânsito, e que todos nós somos em algum momento do dia e que deve ser priorizado em seus deslocamentos, conforme inteligência do artigo 29, § 2º do Código de Trânsito Brasileiro - CTB.

Repensar as formas como realizamos nossos deslocamentos é uma necessidade, e com o advento das novas tecnologias, seja no modo de transitar ou ainda como pedir, por meio de aplicativos, adequarem a prestação de serviços para que seja bom para ambas as partes é um desafio que engloba as empresas e o poder público.

Certo é que a cada dia novas tecnologias surgem e as regras para o uso compartilhado do espaço público precisa ser ágil e até certo ponto, flexível, para atender aos anseios da população que precisa se deslocar, contratar um serviço.

 

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Semana de Segurança Global.

Tem início nesta segunda-feira, 06/MAI, à 5ª Semana de Segurança Global Estrada das Nações Unidas sobre "Liderança para a Segurança Viária"! 

A Semana começa hoje e vai continuar até o dia 12/MAI.

Esse é mais um evento que de forma indireta vem abrilhantar o Maio Amarelo 2019.

Apesar dos progressos, as mortes de trânsito continuam a subir, com uma produção anual de 1,35 milhões de mortes. 
Acidentes de trânsito são hoje a principal causa de morte de crianças e jovens com idades entre 5-29 anos. Este é um preço inaceitável para pagar a mobilidade. Vamos todos falar, alertar ( #SpeakUp ) para a segurança viária e agir como líderes para salvar vidas.
É importante reconhecer que todos nós, como indivíduos, podemos ser líderes para a segurança viária! E os líderes mais eficazes, que vêm de todos os setores da sociedade, são aqueles que agem sobre as intervenções concretas que provaram salvar vidas .
Para se envolver com a semana, visite o site da campanha . 
O site apresenta um conjunto de ferramentas para os organizadores, letreiros, petições amostra e promessas. Convidamos você a visitar o website muitas vezes,e aderir à campanha e marcar com as hashtag #SpeakUp e #RoadSafety para suas ações.
Abaixo, um dos temas a serem abordados durante a semana, a redução e o controle de velocidade, tema tão atual em nosso país.







domingo, 5 de maio de 2019

Surpresa do domingo.

Durante a semana, por conta do início do mês de maio e do Movimento Maio Amarelo, conversamos muito a respeito do tema com vários profissionais da imprensa.

E hoje nos deparamos com a lembrança de uma de nossas frases para a equipe da Cruzeiro FM 92,3, na edição de domingo do jornal Cruzeiro do Sul.

Muito legal, ainda mais dentro do período do Movimento Maio Amarelo.


Obrigado pela oportunidade e carinho, pessoal!

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Sozinho na via.


O ouvinte da coluna "Mobilidade Urbana" na Cruzeiro FM 92,3, Cristiano, do Piazza di Roma, em comentário a nós enviado, diz que ouviu o argumento de que o veículo autônomo seria ruim para o governo, pois de tal forma, com veículos dotados de inteligência artificial, controles diversos, deixaria de arrecadar com infrações de trânsito.


Ouvinte questiona: Seria o veículo autônomo ruim para o governo? Imagem: internet


Sendo assim, ele questiona: O que pensamos a respeito dessa afirmação?

Esse questionamento que ele nos apresentou é interessante, e talvez muitos possam até mesmo não concordar comigo, mas penso que o argumento não é real.

Apesar de muitos discordarem, posso atestar que a grande maioria dos órgãos de trânsito não se orgulha de aplicar penalidades para os condutores.

Por mais de uma vez já apontamos na coluna Mobilidade Urbana que os custos com acidentes são bem maiores que a arrecadação com as infrações.

Se todas as multas em 2016 fossem pagas, o país arrecadaria 10 bilhões de reais, no entanto, só com os óbitos se gastou 52 bilhões de reais.

Caso de fato os veículos autônomos venham a atingir o nível de confiabilidade, a ponto "conversarem" com os demais veículos, com a sinalização, os ganhos para a sociedade serão consideráveis.

O uso das novas tecnologias nos ajudará a termos deslocamentos mais seguros, deixaremos de produzir vítimas graves ou fatais, o que irá beneficiar diretamente a saúde pública, pois os leitos hospitalares serão destinados para pessoas doentes.

É certo que atualmente os países desenvolvidos já vivenciam dificuldades na implantação dos veículos plenamente autônomos por conta de questões como reconhecimento de pedestres em alguns casos, motociclistas e ciclistas, mas com o tempo a tecnologia irá sanar essas questões.

Nosso caminho ainda é maior, a começar pelo estado de conservação de nossas vias, a falta de planejamento na construção das cidades, itens esse que penso que são os reais entraves para o uso de veículos autônomos no Brasil.

Quem viver, verá!



quinta-feira, 2 de maio de 2019

Lisboa dando exemplo para o lisarB.

Por  vezes, imaginamos que algumas condutas equivocadas no trânsito são exclusivas do nosso país.

Qual ciclista que não passou algum susto com um pedestre que caminhava na ciclovia?

Um condutor que teve seu trajeto interrompido por outro que resolveu estacionar em fila dupla?

Situações desagradáveis, de risco.

Em Portugal, a cidade de Lisboa, através da Câmara Municipal, resolveu voltar os olhos para a questão de forma bem divertida.

Acesse o link e conheça:

https://www.lisboanaboa.com/pt/

Ouvidos bem abertos!

O mês de Maio tem início, e com ele o Movimento Maio Amarelo.


No trânsito, o sentido é a VIDA! #MeOuça. Maio Amarelo 2019.


O tema desta ano é “No trânsito, o sentido é a Vida!”.

O Movimento Maio Amarelo é um movimento que nasceu no Brasil, e hoje está presente em quase trinta países no mundo.

Ele nasceu inspirado no Outubro Rosa, que durante o mês de outubro chama a atenção da sociedade para a necessidade de prevenção.

A escolha do mês de maio se dá em razão de ter sido esse o mês em que em 2011 teve início a Década de Ações para a Segurança no trânsito, e a cor amarela se dá pelo fato de ser essa a cor da atenção no trânsito.

Em 2019 o Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN e o Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN adotaram o Movimento e inclusive promoveram uma alteração importante.

O calendário de temas mensais que devem ser discutidos pelos órgãos que integram o Sistema Nacional de Trânsito, deixou de ser de janeiro a dezembro e passou a ser de maio à maio, demonstrando a importância do Movimento para a sociedade.

O tema desse ano é “No trânsito, o sentido é a vida”, com o mote Me Ouça, com a utilização de crianças que lembram que os procedimentos adequados no trânsito são essenciais para preservar a vida.

Em 2018, relatos apontam que mais de uma cidade zerou o número de óbitos durante o mês de maio, algo que mostra a importância de se tratar um tema diariamente e os efeitos que isso causa.

Precisamos reduzir ainda mais o número de óbitos no trânsito do país, os quais, de acordo com dados recentes do DATASUS 2017 somam 34.336 óbitos.

Participe das ações em sua cidade!