quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Atenção à ouvinte - Dimensões


Participação da ouvinte Helena Silveira na coluna "Mobilidade Urbana" na Cruzeiro FM 92,3.

Diz ela:
Tenho visto veículos os mais diversos, com uma carga maior do que as dimensões do veículo, ultrapassam o retrovisor lateral. Isso pode? Dá multa? E aqueles que carregam escadas ou outros objetos longos, sem sinalização? É muito desrespeito!

R. O transporte de cargas deve ser realizado respeitando as dimensões dos veículos, e aquelas previstas em Resoluções do CONTRAN.

Em se tratando de dimensões laterais, para motocicletas, automóveis, caminhonete, camioneta e utilitários, as dimensões laterais não poderão exceder a largura máxima do veículo.


A largura máxima permitida em motocicletas está atrelada a ponta dos espelhos ou manetes, sendo o transporte de GLP proibido pelo risco e por exceder a regra.

 Determinada largura é considerada de uma ponta a outra dos retrovisores externos.

A largura máxima permitida para veículos automotores no Brasil de acordo com Resolução do CONTRAN é de 2,60m.

No tocante a altura máxima, a carga transportada não poderá exceder 50 centímetros de altura, excedo para bicicletas transportadas em pé que tal regra não se aplica.

As cargas que se projetem para além do veículo para trás, deverão estar bem visíveis e sinalizadas, sendo que no período noturno a sinalização deverá ser feita por meio de uma luz vermelha e um dispositivo refletor de cor vermelha, bem como o balanço traseiro, a parte da carga para fora do veículo, não deve exceder 60% do valor da distância entre os dois eixos do veículo.

Desrespeitar as regras constitui infração de trânsito de natureza grave, com acréscimo de 5 pontos no prontuário e multa de R$195,23.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Completo menos ar!


Antigamente era comum quando se comprava um veículo, anúncios dessa forma. Diziam respeito a um veículo com supostamente todos os opcionais, mas, um deles, quase sempre um dos mais essenciais, ar condicionado ou direção hidráulica não estavam presentes naquele modelo.



Via completa implantada na rua da Penha em Sorocaba e rede cicloviária em Sorocaba.


Utilizamos uma analogia automotiva para tratar de um tema que na realidade vê o veículo automotor como algo que pode ser dispensado da dependência que temos hoje.

Na sexta-feira (22) participamos na Câmara Municipal da Audiência Pública - AP que tratou a respeito da revitalização da área central de Sorocaba.

A motivação do encontro foi à implantação do conceito de ruas completas na Rua da Penha, coração do centro da cidade, e que causou insatisfação em parte dos usuários da via, pela alegada ausência de informação em torno de como se daria a ação.

Havia a informação na imprensa e que foi veiculada de que seria um teste com início no dia 16/FEV e finalizado no dia 05/MAR.

Fato é que durante entrevista do titular da pasta de Mobilidade e Acessibilidade, concedida a uma emissora de TV e depois para a Cruzeiro FM, houve a informação de que no sábado havia sido registrada a passagem de 2 mil pedestres naquele trecho da via no período de uma hora, e que os estabelecimentos ali instalados teriam que se adaptar a uma nova realidade pois a fase agora é de privilegiar o pedestre.

Quase uma semana após essas falas, em que parte delas foi ratificada durante a Audiência Pública, uma publicação do ITDP nos indica que no dia 19/FEV, 1440 pedestres transitaram no local durante uma hora, com a passagem de 420 veículos no mesmo período, com a menção de cerca de 60% das pessoas chegam de ônibus ao local, segundo dados da Prefeitura.

Somos favoráveis a medida, de fato é uma tendência mundial, a Lei da Mobilidade Urbana do país assim estabelece o privilégio do transporte coletivo e do meio não motorizado em detrimento do transporte individual, mas no entanto alguns pontos nos chamam a atenção.

Infelizmente a Audiência Pública que seria o caminho para tirar dúvidas não possibilitou isso, pois a palavra foi dada praticamente o tempo todo ao titular da pasta, que diante de ter retornado de uma edição do Fórum Paulista de Secretários e Dirigentes Públicos de Trânsito e Transportes, realizado na cidade de Marília, não apresentou um relato com dados mais específicos da situação, como o período da avaliação dos tais 2 mil pedestres no sábado, apresentou apenas um vídeo com a fala do Presidente da ANTP, Ailton Brasiliense, apoiando a medida.

Durante a AP, por exemplo, se disse tanto que o foco agora é no pedestre, mas se exaltou a atuação de integrantes do Setor de Engenharia e Operacional do órgão de trânsito que retiraram os balizadores da via para que no pico do estabelecimento de ensino existente na via o trânsito viesse a fluir melhor.

Se a intenção de fato é testar, colocar em prática ainda que temporariamente uma situação que se pretende implantar em definitivo no futuro, seria essa uma atitude talvez equivocada.

Vale destacar que o estabelecimento de ensino existente na via tem 65 anos só naquele endereço e possui um volume considerável de alunos nos três turnos, um indicador esse que a implantação da via completa no trecho é um tanto delicada.

Outro ponto interessante é notar que se fala em mudar as formas pelas quais as pessoas realizam seus deslocamentos pela área central, com a eventual futura implantação de bolsões de estacionamento ou estacionamento rotativo regulamentado no centro expandido da cidade, ou mesmo com o uso do transporte coletivo.

Ocorre que para viabilizar essas ações é necessária toda uma revisão das condições das calçadas na área central da cidade, pois há trechos com calçadas bem ruins, inclusive em vias com o sistema de estacionamento rotativo já implantado. No mês de NOV/18 uma Tia minha foi vítima de uma dessas imperfeições na calçada e teve uma clavícula fraturada.

De outra banda, entendemos que a ação tão propagada no centro da cidade como de vanguarda, encontra um contraponto importante dentro do tema mobilidade urbana na cidade, mais especificamente em relação a mobilidade ativa com o uso de bicicleta.

Sorocaba nos últimos anos se destacou no cenário nacional como a “capital da ciclovia”. Até pouco tempo atrás, seus mais de 120km de extensão da rede cicloviária era maior do que a existente em algumas capitais.

Hoje o que se observa é que o investimento nesse modal está paralisado, alguns pontos das ciclovias apresentam imperfeições, já ocasionaram quedas de alguns usuários e talvez o golpe mais duro no modal bicicleta foi a retirada da ciclofaixa existente na Rua Paes de Linhares, a qual ligava a Zona Norte da cidade com a Zona Industrial e possuía uma demanda considerável de usuários.

Quando ela foi retirada, houve o argumento de que era inadmissível que aquele dispositivo tomasse parte da via, que deveria servir para as pessoas se deslocarem com mais tranquilidade, beneficiar a fluidez, e hoje o que se tem por lá são vagas de estacionamento onde antes havia a ciclofaixa.

Na esteira de perdas para os usuários das bicicletas, os quais são essenciais para contribuir com melhores condições de trânsito, de meio ambiente, tivemos as intervenções na Avenida Itavuvu, com o argumento das obras para a implantação do Sistema BRT na cidade.

As obras propriamente ditas nem haviam começado, mas os primeiros a sentir os efeitos delas foram os ciclistas com a implantação de tapumes no leito da ciclovia, nos pontos em que futuramente devem existir estações do BRT.

Será que não haveria uma forma de permitir que os ciclistas transitassem na avenida sem perder o espaço segregado à eles destinado?

São Paulo, capital do Estado mostra que durante a greve dos caminhoneiros e também com os problemas no elevado da Marginal Pinheiros muita gente deixou de utilizar o veículo automotor e migrou para a bicicleta, sendo esse um caminho benéfico, sem volta, mas por aqui, parece que a “magrela” perdeu prestígio.

De acordo com dados do CEBRAP apresentados durante a série “Em Movimento” no canal GloboNews, 31% das viagens de ônibus e 40% das viagens de carro poderiam ser feitas de bicicleta, gerando uma economia de até 34 milhões de Reais no SUS e evitaria 18% das emissões de carbono, números que mostram o quão benéfica é a bicicleta para o ambiente urbano.

Infelizmente em 2018 o número de ciclistas mortos em Sorocaba foi o mais alto desde 2012, pode ser que em razão disso o modal tenha sido preterido no momento, mas torcemos para que dentro dessa nova proposta de deslocamentos na cidade, com prioridade para pedestres, os usuários das bicicletas sejam lembrados como foram no passado.

Quanto às vias completas, que dentro das possibilidades técnicas e de atendimento à população, venham a privilegiar realmente os pedestres, sem eventuais prejuízos para moradores e comerciantes.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Momento infeliz - Excedendo limites!

Na manhã da sexta-feira, 22 de fevereiro, os portais de notícias, redes sociais, ferramentas de comunicação nos apresentaram o vídeo em que um cidadão, agente político, que é identificado no vídeo como vice prefeito da cidade de Sumaré/SP, ataca ferozmente um equipamento medidor de velocidade estático, o qual estava posicionado na via pública.


A fiscalização de velocidade com a utilização de equipamentos estáticos é prevista em Resolução do CONTRAN.


Disse no vídeo o cidadão, que estava a cumprir uma determinação do Chefe do Executivo, e que na cidade dele aquilo não seria tolerado, não haveria “caça-níquéis”.

Após o ataque, o equipamento medidor de velocidade e seu suporte, como uma presa abatida pelo caçador, foram levados pelo seu algoz para seu gabinete para ele saber quem iria retira-lo.

Certamente há quem venha a aplaudir tal ato, talvez pelo desconhecimento de tudo que envolve o trânsito, a necessidade da fiscalização, mas existem meios e formas corretas para abrir mão desse tipo de serviço prestado.

Em um primeiro momento nos chama a atenção, tamanha agressividade, ódio em relação a um equipamento que está na via pública a serviço da municipalidade, via de regra, contratado por ela.

De acordo com publicação da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito – ABEETRANS no Facebook, a atuação do equipamento estava regular e prevista em contrato, bem como a equipe que o opera possui autorização para trabalhar.

Com efeito, é importante destacar que a fiscalização eletrônica de velocidade nas vias do Município, somente é realizada através da determinação dele, do seu órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, não existe a possibilidade de qualquer empresa a seu bel prazer comprar um equipamento medidor de velocidade e passar a prestar o “serviço de autuações” dos condutores que venham a desrespeitar os limites de velocidade estabelecidos.

Para que a fiscalização do excesso de velocidade venha a ocorrer, é necessário que a via possua sinalização de regulamentação da velocidade, dentre outras formalidades previstas na Resolução número 396/2011 do Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN.

Cumprida essa regra, eventuais autuações somente serão lavradas para condutores que venham desrespeitar o limite de velocidade, e quando se trata do excesso, isso inclui ultrapassar até mesmo os limites de tolerância dos equipamentos, sendo ela de 7Km/h para velocidades até 100Km/h e de 7% para velocidades acima de 100Km/h.

Portanto, diante da regra existente, ninguém é autuado por exceder em 1 ou 2Km/h, mas no mínimo 8Km/h acima do permitido.

Arriscamos dizer que a fiscalização com equipamentos medidores de velocidade é a forma mais justa de lavrar uma autuação, pois somente quem está em evidente excesso a recebe.

Lamentamos profundamente o ocorrido, pois dentro dos pilares da Década Mundial de Ações para a Segurança no Trânsito, estabelecida pela ONU, a redução da velocidade e a fiscalização desse tipo de infração são partes importantes no processo de reduzir vítimas fatais no trânsito do país.

Mortes no trânsito causam dor em familiares e amigos, mas também causam despesas que são suportadas por toda sociedade.

Dados do IPEA atualizados em 2015, apontam que cada óbito no trânsito custa para a sociedade R$ 550.000,00.

Dentro desse contexto, a considerar os dados de óbitos do InfoSiga do Governo do Estado de Paulo para o Município, em que de janeiro a dezembro de 2018, 18 pessoas perderam a vida no trânsito, o custo estimado de tais óbitos foi de nove milhões e novecentos mil Reais, possivelmente um valor superior ao que se arrecadou com as autuações por desrespeito a legislação de trânsito.

Atitudes como as registradas no vídeo, que se perpetuarão ao longo dos anos na internet não contribuem para a segurança viária, para a preservação da vida, em especial, em um país como o Brasil, que ocupa o terceiro lugar entre aqueles que mais matam no trânsito.

Nossa expectativa é que as autoridades competentes adotem as medidas necessárias para o caso, de forma que ela não venha incentivar outras pessoas a equivocadamente agir da mesma forma.

Por fim, mais uma vez destacamos que a velocidade que empolga, é a mesma que mata, precisa ser fiscalizada, bem como ações como a registradas precisam ser coibidas, para que a intolerância, os momentos de fúria não avancem rapidamente pelo país.

Para quem não assistiu ao ocorrido, segue o link de matéria veiculada no jornal Metro:



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Apostando no anel para desenvolver!

Participamos na terça-feira, 19/FEV, da audiência pública voltada a debater a implantação do chamado "Anel Rodoviário Oeste" em Sorocaba.


A implantação do anel rodoviário oeste foi tema de audiência pública em Sorocaba.


Essa é uma proposta interessante da Administração, que com essa medida visa retirar das avenidas da cidade, parte do trânsito de passagem, parte dele formado por veículos pesados.

Pela proposta, uma rodovia com extensão de oito quilômetros fará a ligação da região da Cruz de Ferro até a rodovia Raposo Tavares, na altura do quilometro 110.

A via teria largura total de 95 metros, sendo 65 metros destinados ao leito da rodovia e duas vias marginais de 15 metros para acesso aos bairros e condomínios que devem surgir na região.

Também devem ser implantados ao longo da extensão da via, calçadas e ciclovias para permitir que a mobilidade ativa, sustentável também possa ocorrer com segurança

Para viabilizar a implantação do anel viário oeste será necessário uma interlocução com o Governo do Estado com vistas a permitir a duplicação da rodovia Emerenciano Prestes de Barros no trecho da Castello Branco até o já duplicado na altura do Parque São Bento, e que posteriormente ele assuma a continuação proposta da Cruz de Ferro até a Raposo Tavares.

Vale destacar que um Município, pode realizar a abertura de uma rodovia a suas expensas, entretanto, nesse caso, como uma rodovia vicinal, teria ele toda responsabilidade pelo trecho, até mesmo de fiscalizar o uso, mas aparentemente, pelos custos envolvidos tal medida está descartada, deve mesmo ocorrer apenas a reserva do espaço para a implantação pelo Estado ou por eventuais ganhadores de lotes de concessão de rodovias.

É certo que essa medida irá representar um ganho para os deslocamentos sem a necessidade de transitar nas avenidas movimentadas da cidade, mas um ponto da proposta pode gerar reclamações.

A possibilidade de que o anel viário venha a possuir praças de pedágio para tornar a via atrativa para concessões.

Como foi dito durante a audiência pública, é um projeto para uma Sorocaba do futuro, algo para daqui dez, vinte anos.

Resta agora ficar na expectativa para que realmente a implantação, quem sabe um dia, venha a ocorrer.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Rua Completa - Sorocaba


A chamada "Rua Completa" em teste na cidade de Sorocaba:



De 20 para 50!


Despertou atenção durante a semana, o projeto de lei número 11.173/2018, o qual dentre outros, amplia a pontuação para aplicação da suspensão do direito de dirigir do condutor. 

Alguns até chegaram a acreditar que a mudança já estava valendo!


A mudança de pontuação para suspensão do direito de dirigir de 20 para 50 causou debates no país. Imagem: Da internet


O que temos no momento é um projeto de lei que visa alterar o CTB e dentre outras medidas, propõe o aumento na pontuação para a suspensão do direito de dirigir, de 20 para 50 pontos.

Também estabelece a proposta, a não aplicação de penalidade para integrantes das forças policiais, médicos, taxistas, motoristas de ônibus e servidores que tem entre suas atribuições a atividade de dirigir.

Quem ouve determinada proposta pode até mesmo ficar empolgado, pois mais do que dobra a pontuação, quando na verdade o ideal é que o prontuário do condutor permaneça a maior parte do tempo zerado.

Costumamos dizer que acidentes de trânsito são infrações que deram errado, e quando se atinge 20 pontos, podemos até mesmo afirmar que foi uma sorte se o condutor não tiver se envolvido em um acidente.

A proposta de aumento da pontuação, não é benéfica para a segurança viária do país, ainda mais com os dados de mortos e feridos graves que possuímos.

É um erro pensar o trânsito somente como forma de arrecadação, essa é uma conta que não fecha, pois o que o país, a sociedade gasta somente com as mortes no trânsito, isso sem contar a dor dos amigos e familiares, é muito, muito maior do que se arrecada.

Em 2016, por exemplo, no país se arrecadou com multas de trânsito quase 10 bilhões de Reais. Com os óbitos, o custo estimado ficou em 52 bilhões.

Portanto, fica claro que não precisamos de mais tolerância com quem transgride as normas de trânsito, mas sim, respeito as regras básicas tão negligenciadas nas vias.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Incentivo a mobilidade sustentável!

O incentivo ao transporte não motorizado em Sorocaba.



A mochila e a geladeira.


Uma amiga recebeu um vídeo pelo WhatsApp, o qual mostrava condutores sendo autuados por transportar bagagens no banco do passageiro traseiro, inclusive bolsas, mochilas.


Transporte de bagagens e cargas em veículos automotores possuem regras que precisam ser observadas. Imagem: internet


Ela nos questionou: Está correto esse procedimento?

Bem, esse vídeo que vez ou outra circula no WhatsApp, mostra uma ação de fiscalização realizada em outro Estado, no entanto ela se mostra equivocada.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro - CTB, veículos de passageiros são aqueles destinados ao transporte de pessoas e suas bagagens, não há dentro desse conceito a vedação, a determinação de que as bagagens ocupem apenas o porta malas.

O que se recomenda, por questões de segurança, é que o condutor evite transportar objetos soltos no interior do veículo, uma vez que em caso de colisões eles podem ser arremessados com seu peso multiplicado por 15.

Portanto, o transporte de bagagens como mochilas, bolsas, e outros itens do condutor ou passageiros no banco traseiro, assoalho do veículo, não configuram infração de trânsito.

Por outro lado, o transporte de canos, calhas, e outros objetos no interior do veículo que sejam classificados como carga e extrapolem as dimensões do veículo, podem resultar em autuações.

É importante destacar que nas vias públicas de nossa cidade, não é difícil visualizar cargas excedentes, sendo transportadas de maneira perigosa em veículos.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Volta com tudo!

As férias escolares acabaram, pessoal de volta para mais um ano letivo, e os reflexos já são sentidos nas vias.


Período de volta às aulas sempre causa ligeiros transtornos. Imagem: internet


Quais as dicas que podem ser compartilhadas para evitar problemas?

Dados apontam que durante os períodos de férias o trânsito de veículos é de 15 a 20% menor e quando esse contingente retorna e se posiciona no entorno dos estabelecimentos de ensino, sentimos a dificuldade em transitar.

Para evitar transtornos, a dica principal sempre é seguir as regras de circulação e condutas previstas no Código de Trânsito Brasileiro, como não estacionar em local proibido, nas esquinas ou ainda em fila dupla, também não estacione nas vagas exclusivas do transporte escolar.

Outro ponto importante é que nas localidades que possuem áreas de estacionamento de curta duração, com vistas para que os pais possam levar crianças pequenas no interior das escolas, se respeite o tempo e esse uso seja o mais breve possível.

Para atravessar a via com crianças pequenas, segure sempre a criança pelo punho, para que ela não venha a escapar do adulto, algo que pode ocorrer quando se segura a criança pela mão.

E quando optar pelo transporte escolar para levar os filhos para a escola, contrate sempre o profissional devidamente cadastrado e em dia com a URBES e DETRAN.

Por fim, nunca se esqueça: criança vê, criança faz!

Dê exemplos de comportamentos seguros.

Se liga!


Por favor, pense nisso!



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Com prazer, não dor!


A motocicleta em destaque nos acidentes fatais não soa mais como novidade para a população, talvez por conta disso, alguns desses eventos passem despercebidos nas vias e nos noticiários, mas quando vários acontecem em um curto espaço de tempo, a questão se destaca.

Nos últimos anos, os acidentes com motocicletas figuram entre aqueles que mais matam no trânsito. Imagem: internet.


Nos últimos dias, acidentes com motocicletas, infelizmente resultaram em vítimas fatais na cidade.
 
Todos sabem que a motocicleta é um veículo mais perigoso que qualquer outro de quatro rodas ou mais, no entanto, quando se coloca um pouco mais de entusiasmo na condução deles, os resultados podem ser trágicos.

Em matéria veiculada na TV no sábado a noite, foi dito que apesar da redução no número de acidentes com motocicletas em Sorocaba, o total de óbitos aumentou 65%.

Estudos realizados no país apontam que a maior parte dos acidentes com vítimas fatais com o veículo, 21% dos casos envolve apenas o motociclista, não há outro veículo envolvido.

Por outro lado, o risco de morte entre a colisão de uma motocicleta com um veículo leve aumenta 42 vezes, contra um veículo de médio porte 85 vezes e contra um veículo de grande porte de 153 vezes.

Uma das principais causas de óbitos nos acidentes com motociclistas na capital do Estado de São Paulo são as colisões laterais, que poderiam ser evitadas caso o condutor da motocicleta transitasse a 40Km/h, uma velocidade significativa quando os demais veículos transitam lentamente ou estão parados.

É preciso cuidado e atenção do motociclista ao transitar, sou motociclista e atesto isso diariamente ao vivenciar condutas de risco desnecessárias de alguns que colocam outros motociclistas em situação de dificuldade.

Esse é caso das costumeiras ultrapassagens pela direita com veículos estacionados, quando o cidadão querendo colocar sua motocicleta no primeiro espaço disponível para evitar o acidente, não se preocupa com os outros.

Por outro lado, os condutores de veículos de quatro rodas ou mais precisam estar atentos com a aproximação da motocicleta, evitar uma pratica muito comum em nossa cidade de invadir a preferência da motocicleta, principalmente quando deixam vias transversais, acreditando que a motocicleta pode parar de forma instantânea.

A vida é frágil, e no trânsito, como pedestre, motociclista ou condutor de qualquer tipo de veículo, ela se torna ainda mais frágil, adote medidas seguras!

A motocicleta é um veículo para ser apreciado com responsabilidade e que proporciona muito prazer ao conduzir, não pode continuar com essa marca de veículo que causa dor.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Arrecadou 24, custou para a sociedade 29!

Matéria divulgada no jornal Cruzeiro do Sul aponta que o número de multas aplicadas pela URBES em 2018 teve uma ligeira queda em relação a 2017, mas ainda assim a receita subiu 3,58 milhões de Reais.


A arrecadação com multas de trânsito na cidade foi destaque do jornal Cruzeiro do Sul. 


Os leitores do jornal e também ouvintes da Cruzeiro FM questionaram nas redes sociais:

Qual seria a razão desse aumento, e qual a destinação dos recursos arrecadados com as autuações?

Apesar da ligeira queda, o aumento na receita pode ser explicado com a adoção de duas medidas ocorridas na cidade.

A primeira, a utilização da fiscalização através do sistema de videomonitoramento, através do qual alguns comportamentos irregulares à luz da legislação passaram a ser autuados, caso do estacionamento em local proibido.

A segunda medida foi a retomada da zona azul na cidade com a realização de ações de fiscalização das vagas, sendo essa uma infração de natureza grave.

Ao observar o chamado ranking descrito no jornal, notamos que entre as cinco, as três primeiras estão voltadas a segurança viária: exceder o limite de velocidade em até 20% (infração média), deixar de utilizar o cinto de segurança (infração grave) e o excesso de velocidade entre 20 e 50% (infração grave). 

As outras duas estão relacionadas mais ao uso do espaço público, como o estacionamento em local proibido (infração média) e o desrespeito às vagas regulamentadas (infração grave) onde se inclui a zona azul.

Com mais infrações graves dentro do ranking das principais, o aumento na arrecadação pode ter ocorrido por isso.

Nos chama a atenção a infração de manusear o celular ao dirigir (infração gravíssima) não constar como uma das principais do ranking.

É interessante observar que essa ligeira queda no número de autuações se deu no ano em que Sorocaba teve um acréscimo significativo no número de mortes no trânsito

De 30 no total em 2017, passamos para 49 no período de janeiro à outubro de 2018, de acordo com dados extraídos do site da URBES.

Vale destacar ainda que durante boa parte de 2018 até o momento, a fiscalização eletrônica de avanço de semáforo deixou de ser realizada no Município, sendo essa uma infração muito comum de ser constatada nas vias públicas, ainda que através do videomonitoramento possa ser registrado o auto de infração.

Quanto a destinação dos recursos, por força do artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro - CTB, eles devem retornar para a sociedade em ações de educação, engenharia e fiscalização. 

Conforme o mesmo artigo, os valores arrecadados e sua destinação devem ser disponibilizados na internet.


CUSTOS PARA A SOCIEDADE:
Ainda tocando no tema recursos provenientes das multas, não podemos deixar de realizar um comparativo que afeta toda a sociedade quando observamos multas lavradas pelos agentes da autoridade de trânsito e os custos dos acidentes fatais.

Que acidentes de trânsito ocasionam ocupação de leitos hospitalares todos sabem, e esse é o primeiro custo que onera a sociedade, o de não possuir leitos para tratar pessoas doentes, por conta da ocupação por acidentados.

De acordo com estudos atualizados em 2015, um óbito no trânsito custa para a sociedade 600 mil Reais.

A considerar que até OUT/2018 registramos 49 óbitos nas vias da cidade, a sociedade arcou em tais eventos com uma despesa na casa de vinte e nove milhões e quatrocentos mil Reais. E esse número de óbitos e custos devem aumentar até o fechamento do mês de DEZ/2018.

De acordo com a reportagem do jornal Cruzeiro do Sul, em 2018 com o pagamento das multas de trânsito o Município arrecadou vinte e quatro milhões, quatrocentos e doze mil Reais.

Ou seja, tudo que se arrecadou e se atribui à uma suposta "indústria da multa" como muitos alegam, não atinge o valor das despesas com os acidentes fatais, há uma diferença de quase cinco milhões de Reais para as despesas.

A fiscalização de trânsito visa preservar vidas, e as autuações são um alerta para que o condutor não venha a insistir no erro. É costume dizer que acidentes de trânsito são infrações que deram errado, e essa é uma afirmativa correta.

Já comentamos uma vez e podemos reafirmar sem medo, nenhum órgão ou entidade executivo de trânsito se orgulha em aplicar penalidades. Todos os órgãos ou entidades executivos de trânsito possuem dotação orçamentária para funcionar, os recursos provenientes das multas, como vimos, por força de lei, retornam para a sociedade.

Portanto, mais uma vez fica consignado que existe sim uma indústria no trânsito da cidade, e também do país, a INDÚSTRIA DA DOR E DA MORTE!