segunda-feira, 16 de julho de 2018

As motocicletas e os corredores.

Dentre os vários tipos e modelos de veículos nas vias, talvez não há preconceito maior que o dedicado aos de duas rodas.




Na maioria das vezes em que um acidente envolve uma motocicleta, a culpa sempre recai para o seu usuário.

Dia desses, os grandes portais de notícias veicularam a negativa do Judiciário do Distrito Federal para um pedido de indenização de um motociclista que atingiu uma viatura.

A alegação para a negativa foi que o motociclista estava a transitar no chamado corredor e que essa medida constitui atitude imprudente do condutor.

Na matéria não há a indicação de qual artigo do Código de Trânsito Brasileiro - CTB foi utilizado para estipular a suposta proibição ao trânsito no corredor, no entanto, atribuiu o risco ao próprio motociclista que supostamente se colocou em condição de risco.

O trânsito de motocicletas no corredor causa polêmica a partir do momento que para quem está em um veículo de quatro rodas ou mais, é complicado em um congestionamento ou parada de semáforo observar as motocicletas a transitar enquanto o tempo passa dentro do carro e não se sei do lugar.

Digo isso por experiência própria, em São Paulo, Capital, de motocicleta, da forma correta de se transitar, meus deslocamentos são realizados na metade do tempo que ele levaria de automóvel.

Ocorre que também há o lado ruim, péssimo dessa história da utilização do corredor que diz respeito a velocidade empregada pelos motociclistas, isso quando não se junta o péssimo hábito da buzina a todo momento, como se ela evitasse um acidente.

Mais uma vez posso citar a experiência que vivencio quando transito nos corredores a velocidade moderada. As demais motocicletas que vem atrás ficam a forçar a passagem, como se quem está a frente não tem uma postura prudente, mas falta habilidade, algo bem irritante e perigoso.

Outro ponto que precisa ser melhor esclarecido para os motociclistas é que quando o trânsito flui, o motociclista deve se manter no espaço de um automóvel, não ficar na eterna alternância de faixas de rolamento.

Apesar de criticada a prática do uso do corredor, uma vez que todas as motocicletas em trânsito no país viessem a ocupar o espaço de um automóvel, muitas cidades ficariam travadas.

A proibição do uso do espaço não é a solução para a questão da segurança dos usuários das vias, mas sim o trabalho árduo que é o de orientar como se deve proceder, com o trânsito lento ou parado e em velocidade máxima de até 40Km/h, conforme preconiza o projeto de lei número 8192/2017 e posteriormente fiscalizar os abusos cometidos.

Inviabilizar o uso do corredor quando ele é possível, e pode ser seguro para o motociclista, sim, seguro, pois uma colisão traseira de um carro/caminhão com uma motocicleta faz um "estrago" terrível, é ir contra a natureza da motocicleta.

Trabalhar a harmonia entre os personagens do trânsito, essa é uma atitude que resultaria em melhorias e segurança para todos.

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