A Região Metropolitana de Sorocaba - RMS deixou a fase vermelha do Plano São Paulo de combate a COVID19 e passou à fase laranja.
A cidade de Sorocaba em especial, poderia ter migrado de fase desde o dia 13/JUL, mas se manteve por mais uma semana para tentar contar ainda mais o avanço da doença.
Apesar da validade da iniciativa, os veículos de comunicação divulgaram que não houve aumento no número de afastamento social, qual seja, mais pessoas em casa, desde o dia 01/JUN, os números estão sempre na casa de 41%.
Na esteira dessa situação, temos acompanhado também pela imprensa e relatos de pessoas conhecidas, que o trânsito e o transporte coletivo, continuam a apresentar lentidão, excesso de pessoas, notadamente nos chamados horários de pico.
Maior número de veículos do transporte coletivo, é o que pedem os usuários.
Na semana que passou, os relatos de ônibus cheios dominou as reclamações do "Espaço Cidadão" da rádio Cruzeiro FM, a qual acompanhamos diariamente.
O Poder Público nas ocasiões em que se manifestou, disse que está a acompanhar a demanda de passageiros, para evitar aglomerações, a despeito da informação divulgada nesta data, dar conta de que o transporte coletivo da cidade opera com 50% da frota.
É um argumento interessante o do acompanhamento, pois ele confronta com os relatos, vídeos dos usuários/ouvintes que encaminharam para os veículos de imprensa a lotação acima do ideal.
Há no Estado de São Paulo, cidade de porte semelhante que opera na maior parte do dia com 80% da frota e em alguns casos, até mesmo 100%, de forma a evitar que as pessoas fiquem muito próximas.
É importante destacar que em um evento realizado na semana passada, de iniciativa do Instituto de Engenharia, dois portugueses, residentes em Lisboa e que são responsáveis pelo sistema de mobilidade urbana da cidade, relataram que na cidade, mesmo durante o período mais crítico da pandemia, a oferta de ônibus nas cidades que compreendem a Região Metropolitana de Lisboa (18 cidades), a oferta nunca foi inferior a 2/3 da frota, sendo tal medida uma forma de não afastar as pessoas do sistema.
Essa ação deu resultados, pois na fase de contingência, o número de passageiros dos modos de transportes voltou a subir.
Eis que nesta data, diante de um compromisso, tivemos a necessidade de conduzir na cidade antes da 07h da manhã, e nos surpreendemos com a quantidade de veículos particulares em trânsito nas vias.
Um movimento que sempre se fazia mais forte próximo das 08h, estava ali, as 06h50 em uma clara demonstração de que as pessoas que precisam se deslocar para o trabalho estão optando pelo meio individual.
Determinada mudança representa um problema para a cidade, não só de lentidão, alguns pontos diante das inúmeras obras de implantação do sistema BRT nas vias, mas para o meio ambiente também, a medida que passa a receber uma carga maior de poluentes.
Esse é um dos efeitos da indefinição em relação ao número de veículos do transporte coletivo nas vias e do medo que parte da população tem de se infectar em veículos cheios.
Muitas pessoas tem no transporte coletivo a única forma para realizar seus deslocamentos, e a medida que o tempo passa, as atividades consideradas essenciais aumentam, caso nada seja feito para ampliar a oferta na cidade, não será surpresa a migração de muitos usuários para veículos de duas rodas, uma vez que os valores das parcelas de um financiamento, por exemplo, são inferiores ao que pagam pela passagem.
Investir no transporte coletivo, é sem dúvida uma forma de investir na saúde da cidade, pois a medida que o risco de aglomerações diminui, mais segura a pessoa estará para utilizar o modo.
Certamente há quem diga que o menor número de veículos do transporte em circulação inibe as pessoas de saírem a toa de casa.
Pode até ser, mas será que realmente todo mundo que sai de casa não tem pelo menos um compromisso importante, uma tarefa para realizar? Que está no meio do "tiroteio" pura e simplesmente para passar o tempo?
Falta de aviso para que as pessoas evitem aglomerações não é!
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