segunda-feira, 20 de abril de 2020

S.O.S. - Sem Ônibus Sofremos

Desde a metade do mês de março, vivenciamos no Brasil o período de afastamento social em razão da pandemia do COVID19.

Por conta disso, a vida das pessoas, a exemplo de outros países, virou de cabeça para baixo.



O transporte coletivo, seu funcionamento é motivo de atenção durante o período de pandemia.


Sair de casa se tornou algo aceitável apenas para aqueles que desenvolvem funções, serviços, classificados como essenciais, notadamente profissionais das áreas da Saúde e Segurança Pública.

É certo que o primeiro Decreto, o de número 10.282/2020, definiu em 35 os serviços públicos e atividades essenciais, que não podem parar durante o período de pandemia, algo que mobiliza um contingente considerável de profissionais que diante disso precisam realizar os deslocamentos de casa para o trabalho e vice-versa.

Na esteira disso, a oferta do transporte coletivo, meio de transporte de 52% da população brasileira, foi reduzida de norte a sul, como uma forma de tentar fazer as pessoas ficarem em suas casas, mas também como uma forma de proteger os profissionais que trabalham na área como condutores, cobradores, os quais tem contato direto com os usuários.

Há localidades que chegaram a bloquear a gratuidade do transporte coletivo para idosos, que bloquearam o acesso de estudantes. 

Inclusive, há levantamentos interessantes realizados por algumas cidades, que mostraram que em meio ao afastamento social, alguns idosos realizaram durante a primeira semana do período, 37, 36 deslocamentos no transporte coletivo, número superior ao necessário para realizar tarefas corriqueiras.

Diante disso, e pelo fato das pessoas ficarem em suas casas, de forma mais consistente na primeira quinzena do afastamento social que podemos dizer durou até o dia 02/ABR, o transporte coletivo passou a colecionar queda de demanda entre 70 a 90%, isso sem contar em cidades em que a parada foi total por determinação do Poder Público concedente.

O transporte coletivo sem passageiros, ou com demanda reduzida da forma como está se mostra inviável, e pipocam notícias de que empresas encerraram as atividades diante dos custos operacionais não serem suportados com a arrecadação.

A situação é tão grave que em um ofício do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana à Frente Nacional de Prefeitos, se propõe que o Governo Federal destine 2,5 bilhões de Reais/mês para aquisição de passagens, enquanto perdurar a crise do COVID19.

Determinado valor seria necessário para equilibrar os custos e receitas do setor e manter o funcionamento mínimo do transporte público por ônibus.

A lei da mobilidade urbana define que o transporte público de passageiros deve ser acessível a toda população, com preços e itinerários determinados pelo Poder Público, mas diante do cenário atual, está complicado equalizar a situação.

Para que parte da população fique em suas casas em afastamento social, é necessário que outra parte dela continue suas atividades, caso do transporte coletivo, que deve ser mantido ao menos o essencial em cada cidade, com a devida proteção para os profissionais que transportam e para os cidadãos que são transportados.

Nesse momento de pandemia, com todas as dificuldades, ainda assim, através de um esforço conjunto de todos os envolvidos, Poder Público, empresas, o transporte em condições mínimas e seguras para evitar contaminações deve ser mantido, pois posteriormente, no período pós COVID19, sem o transporte coletivo não será possível retomar a economia, pois ele é necessário para a circulação das pessoas.

A importância do transporte coletivo é cada vez mais sentida em nossas cidades com vias repletas de automóveis, com elevados níveis de poluição na atmosfera, e não podemos imaginar a retomada da economia sem esse modo de transporte para atender a população. 

Nossa torcida é para que esse período seja vencido o quanto antes, e que a vida, dentro das possibilidades, retome sua normalidade, com empregos preservados para os profissionais do setor e sem grandes traumas para a economia das pessoas e das cidades.

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